Jornada Paulista de Oftalmologia (UNICAMP)

Dados do Trabalho


Título

FATORES RELACIONADOS A RIGIDEZ OCULAR E SUAS INFLUENCIAS NAS VARIAÇOES DE PRESSAO INTRAOCULAR

Resumo

Introdução: O descontrole da pressão intraocular (PIO) é o principal fator de risco para o desenvolvimento e progressão da glaucoma. Sabe-se que as propriedades biomecânica oculares alteram a forma como o olho responde a um determinado estresse mecânico e pode, inclusive, influenciar a aferição da PIO. No presente trabalho, estuda-se como a rigidez ocular pode influenciar as variações da PIO. O objetivo desta pesquisa é correlacionar achados de rigidez escleral, obtidos por meio dos tonômetros de Goldmann e Schiotz, e parâmetros oculares, por meio do Corvis, em pacientes submetidos à elevação da PIO induzida agudamente com o oftalmodinamômetro.
Métodos: Estudo observacional, transversal, realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. A amostra de voluntários foi composta de 65 indivíduos com idade entre 18 a 90 anos, de ambos os sexos. O primeiro grupo portadores de GPAA, e o segundo por indivíduos sem doenças oftalmológicas. A rigidez escleral será obtida através da tonometria combinada (tonometria de aplanação de Goldmann e Schiotz) e nomograma de Nassim Calixto. Os parâmetros do Corvis determinados para avaliação são referentes à rigidez: SSI e SPA-1.
Resultados: A PIO elevou-se em todos os olhos quando ocorreu a compressão ocular com oftalmodinamômetro (p=< 0.0001), e a variação da PIO foi maior no grupo controle, tendo relevância estatística no estudo. Tanto a rigidez escleral, como os parâmetros do corvis (SPA-1, SSI) foram estatisticamente significantes na regressão multivariada corrigida por grupo. Já na análise multivariada, sem correção por grupo, na avaliação de participantes do grupo controle, a única variável estatisticamente significante foi a rigidez escleral, enquanto na análise do grupo glaucoma, SSI foi a única variável estatisticamente significante. A PIO basal média foi mais elevada no grupo glaucoma. A RE apresentou média mais elevada no grupo controle. O SSI apresentou média mais elevada no grupo controle.
Conclusão: Todos os olhos do estudo apresentaram elevação da PIO conforme o aumento da compressão com oftalmodinamômetro. Esse efeito parece ser mais evidente em olhos com maior rigidez escleral. Apesar de submetidos a maiores variações pressóricas, possivelmente podem ser mais resistentes a danos estruturais relacionados ao glaucoma. O comportamento não-linear da biomecânica corneoescleral dificulta a avaliação mais apurada dos índices referentes a RE, concedidos pelo Corvis, e sua relação com a variação da PIO. Assim, torna-se um verdadeiro desafio separar o efeito da biomecânica no estudo dessas variáveis. É importante que mais pesquisas sejam realizadas na área afim de investigar mais detalhadamente a relação da rigidez escleral e seus fatores envolvidos na variação da PIO.
Palavras-chave: rigidez ocular, variação da pressão intraocular, biomecânica ocular

Área

Glaucoma

Autores

GRAZIELA BOSCHETTI, JAYTER SILVA DE PAULA, TIAGO PRATA DOS SANTOS