Jornada Paulista de Oftalmologia (UNICAMP)

Dados do Trabalho


Título

ANALISE DE OSCILOPSIA EM PACIENTES COM ORBITOPATIA DE GRAVES APOS REMOÇAO DA PAREDE LATERAL DE ORBITA

Resumo

Introdução
A oscilopsia é um dos efeitos adversos de cirurgias descompressivas laterais de órbita. Consiste em sensação de flutuação visual devido a mobilidade das estruturas moles intra-orbitárias, pela perda de sustentação tecidual após a retirada de estruturas ósseas associada a contração do músculo temporal. Intensifica-se durante a mastigação e fala (Porrúa-Tubío et al., 2021). Estudos anteriores (Fayers et al., 2013), encontraram incidência de até 35 % de oscilopsia em pacientes após realização de descompressão orbitária via parede lateral de órbita. Entretanto, há poucos estudos que abordam esse tema na literatura científica atual.

Objetivos
Objetivamos avaliar as principais complicações pós operatórias após descompressão de paredes orbitárias, assim como identificar a prevalência e principais características de oscilopsia após cirurgia de descompressão orbitária via lateral nos pacientes que passaram por esse procedimento entre os anos de 2010 e 2022, pela equipe de Oculoplástica no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.

Métodos
Trata-se de um estudo observacional coorte retrospectivo. Os casos incluídos serão os pacientes com orbitopatia de Graves, submetidos a descompressão de parede orbitária entre 2010 e 2022, no HCRP.
As informações serão obtidas por meio da revisão dos prontuários, análise de imagens tomográficas de controle pós operatórias e da aplicação de um formulário sobre presença, intensidade, comprometimento das atividades de vida diária e duração da oscilopsia nos pacientes submetidos a descompressão de parede lateral de órbita.
Ainda, pretende-se avaliar a magnitude de parede lateral profunda residual e a quantificação da gordura orbitária para a fossa temporal por análise de cortes axiais de tomografias computadorizadas pós operatórias.
Os dados serão tabelados em planilhas eletrônicas e analisados por softwares de análise estatística, SPSS 26 e OriginPro 2018.

Resultados parciais
Foram analisados 101 prontuários, incluídos no estudo 94 pacientes com orbitopatia de Graves, totalizando 147 órbitas abordadas, que passaram por descompressão orbitaria, entre os anos de 2019 e 2022. Das orbitas abordadas, 7 foram lateral “only”, 74 inferomedial, 57 “três” paredes, 6 descompressões balanceadas, 3 inferior “only”. Dentre eles, 42 tiveram abordagem de parede lateral de órbita, há uma maior prevalência de abordagens bilaterais. Em relação as características demográficas, há maior prevalência de mulheres (67), na faixa etária entre 40 e 60 anos.

Conclusão
O estudo encontra-se em fase inicial de análise de prontuários dos pacientes. Próximos passos consistem na avaliação de cerca de outros 200 prontuários de pacientes com orbitopatia de Graves que passaram pelo procedimento de descompressão orbitária. Posteriormente, haverá a aplicação do formulário sobre as características clínicas da oscilopsia, nos pacientes com abordagem de parede lateral de órbita. Por fim, haverá a análise das imagens tomográficas.

Área

Plástica Ocular

Autores

VICTORIA HELENA STELZER ROCHA, ANTONIO AUGUSTO VELASCO CRUZ