Jornada Paulista de Oftalmologia (UNICAMP)

Dados do Trabalho


Título

AFINAMENTO DE CORNEA SEM PERFURAÇAO LEVANDO A PENETRAÇAO DE FLUORESCEINA NA CAMARA ANTERIOR: UM RELATO DE CASO

Resumo

Paciente ANSX, 21 anos, procurou o Pronto-Socorro de Oftalmologia do HC Famema com queixa de hiperemia, ardência e secreção em Olho Direito (OD) há um dia. Paciente sem nenhum histórico pessoal ou oftalmológico relevante. Ao exame oftalmológico, apresentava Acuidade Visual de 20/20 em ambos os olhos; à biomicroscopia de OD apresentava úlcera de 1,5 x 1,5 mm paracentral em região naso-inferior com importante afinamento central, flare 2+/4+ e importante penetração de Fluoresceína em câmara anterior com fluxo seguindo o humor aquoso, apesar de não haver perfuração corneana. Foi colhido material da úlcera para realização de culturas, as quais resultaram negativas e foram iniciados, já no primeiro atendimento, colírios fortificados de gentamicina, cefazolina e anfotericina B. Evoluiu com resolução da úlcera, mantendo, no entanto, o afinamento corneano inicial e a penetração da Fluoresceína na câmara anterior.
Fluoresceína sódica 1% é considerada o principal corante para coloração da córnea. Estima-se que a absorção intraocular na câmara anterior de medicações tópicas oculares administradas seja entre 1 e 5% da dose. Uma droga precisa apresentar características hidrofílicas e hidrofóbicas simultaneamente para obter boa penetração através da córnea. A fluoresceína é hidrofílica e não
cora a córnea normal, pois não transpassa o epitélio hidrofóbico. Se o epitélio não está íntegro, como em casos de ulceração da córnea, a fluoresceína penetra o estroma corneano hidrofílico, corando-o em verde brilhante.
No caso relatado, houve inclusive penetração da Fluoresceína através do endotélio, estrutura que funciona como barreira para substâncias hidrofílicas.

Área

Córnea

Autores

MARINA LEAO VELOSO SALLES, ERICH JUERGEN KLEIN, NATHALY TABANEZ BONACI, WILLIAM MACEDO, MARCELA FARIA REIS QUEIROZ, YURI RIBEIRO CARNEIRO, JULIO KENJI NAKAYAMA