Jornada Paulista de Oftalmologia (UNICAMP)

Dados do Trabalho


Título

PROTOCOLO DE AVALIAÇAO SISTEMATICA DO TRAUMA OCULAR NO PRONTO ATENDIMENTO.

Resumo

Atualmente considera-se a ruptura traumática do globo ocular como principal causa prevenível de cegueira e perda visual permanente. O Brasil carece de estatísticas sobre o tema, mas estima-se que ocorram de 500.000 a 600.000 traumas por ano, com prevalência de 0,4% da população. O médico do pronto atendimento precisa saber como manejar inicialmente pacientes vítimas de trauma e as medidas adequadas diante de um trauma ocular. A não detecção de uma lesão ocular potencialmente tratável piora o prognóstico visual e causa problemas legais para o profissional de saúde. O objetivo deste trabalho é propor uma avaliação sistemática da órbita e do globo ocular para auxiliar o médico não oftalmologista no manejo inicial deste tipo de trauma. A avaliação sistemática e lógica favorece o diagnóstico e a tomada de decisões. Determinar a extensão da lesão, descrever o exame ocular ectoscópico e aferir a acuidade visual podem auxiliar o médico não oftalmologista no manejo inicial desse tipo de trauma. Método: Os autores sugerem uma sistematização utilizando as letras do alfabeto de A a F. Esta sistematização auxilia a lembrar aspectos importantes do exame oftalmológico ectoscópico que permitem presumir a gravidade da lesão e indicar adequadamente seu manejo inicial até o contato com o oftalmologista. O trauma ocular pode ocorrer em qualquer hora do dia ou da noite, grande parte destes traumas não é manejada inicialmente por oftalmologista. Avaliar a extensão da lesão, descrever o exame ocular ectoscópico e informar a acuidade visual facilitam a comunicação telefônica. Estabelecida a importância do mecanismo de trauma e estabilidade do paciente para a avaliação oftalmológica, sugere-se a seguinte sistematização:
A- Anestesiar e avaliar a Acuidade visual;
B- Blood/Bleeding: buscar sangramento ativo ou acúmulo de sangue nas pálpebras e globo ocular;
C- Corpo estranho: pode estar sobre o olho, sob as pálpebras, no interior do globo ocular e/ou da órbita. Pode ser uma substância química que entrou em contato com o olho e pálpebras;
D- Déficit de motricidade ocular: quando presente indica trauma grave, fratura de órbita com ou sem encarceramento muscular;
E- Exame complementar: a tomografia computadorizada de crânio e órbita sem contraste é o padrão ouro no trauma ocular;
F- Furou? A perfuração ocular exige internação hospitalar e abordagem cirúrgica precoce.
Justificativa :Uma forma de melhorar o prognóstico visual do paciente vítima de trauma ocular é preparar e aprimorar os médicos generalistas para prestarem o adequado manejo inicial deste tipo de trauma. Pode-se atingir este objetivo através da promoção de orientações básicas sobre este agravo e da sistematização do atendimento
Conclusão: O principal objetivo do médico é preservar a vida do paciente, então especial atenção deve ser dada às vítimas de politrauma. Em relação ao cuidado oftalmológico, visa-se preservar a visão, restaurar a anatomia ocular e prevenir complicações futuras. Estudos adicionais são necessários para fornecer evidências a prática clínica ideal no pronto atendimento. No contexto de trauma ocular a sistematização proposta auxilia a lembrar aspectos importantes do exame oftalmológico ectoscópico que permitem presumir a gravidade da lesão e indicar adequadamente seu manejo inicial até o contato com o oftalmologista.




Área

Urgências e Traumas

Autores

CAMILA ATIHE, BRUNA DA COSTA PERAZOLO, DENISE FORNAZARI