Jornada Paulista de Oftalmologia (UNICAMP)

Dados do Trabalho


Título

LARGURA MINIMA DA RIMA NEURAL E ESPESSURA CAMADA DE FIBRAS NERVOSAS DA RETINA NA DELIMITAÇAO AUTOMATICA E CLINICA DO DISCO OPTICO

Resumo

Introdução: Glaucoma é uma neuropatia óptica caracterizada pela perda progressiva de células ganglionares da retina. Essa perda celular é manifestada por alterações estruturais na cabeça do nervo óptico (CNO) e na camada de fibras nervosas retina peripapilar (cpRNFL). A avaliação do dano estrutural glaucomatoso é um componente primordial no diagnóstico e seguimento. Recentemente um novo parâmetro da tomografia de coerência óptica spectral domain (sdOCT), a largura mínima da abertura da membrana de Bruch abertura, (BMO-MRW) foi proposta como uma alternativa válida à medida estrutural. Na literatura não há informação detalhada sobre a concordância anatômica entre medidas circunferenciais da BMO-MRW e da RNFL tomadas pela OCT visto que as marcações automatizadas da BMO variam na dependência de diferentes acidentes anatômicos, podendo não corresponder à delimitação externa da rima neural determinada por especialistas.

Objetivo: O objetivo deste estudo é comparar a relação entre a largura mínima da rimal neural (MRW) e as espessuras da camada da cpRNFL entre varreduras de OCT feitas de forma automatizada versus editadas por um especialista em glaucoma.

Métodos: Trinta e dois olhos saudáveis ​​foram submetidos ao exame sdOCT (Spectralis, Heidelberg Engineering, Alemanha). Os 48 pares de medidas de varreduras sdOCT de 360 ​​graus (MRW 3,5 mm de espessura cpRNFL) de olhos com demarcação coincidente entre BMO e limites clínicos de ONH foram usados ​​para construir uma curva polar padrão. Curvas polares semelhantes foram construídas a partir de 26 olhos de pacientes saudáveis e 17 olhos de pacientes com glaucoma primário do adulto, ​​sem os limites coincidentes (automatizados). Em seguida, as demarcações de BMO foram editadas artificialmente por um especialista em glaucoma (clínico) movendo as posições da BMO para aquelas consideradas como os limites CNO na imagem OCT en face. Testes não paramétricos foram usados ​​para comparar as curvas polares automatizadas e clínicas usando a curva polar padrão como referência.

Resultados: As posições verticais do CNO apresentaram os maiores valores de proporções discrepantes de MRW-cpRNFL em comparação com a curva padrão polar. A média das proporções discrepantes da delimitação clínica da CNO foi 41% menor que a automatizada (mediana±erro padrão: 13,50±2,7 versus 23,00±1,7 um respectivamente; p=0,0001). Após edição clínica dos limites da CNO área delimitada pela curva apresenta-se mais próxima a curva normal padrão que a automatizada ( curva padrão: 1149 versus 1166 clínica e 875 automatizada), em indivíduos normais.

Conclusões: Com base nos resultados, o posicionamento da demarcação da BMO aos limites clínicos da CNO em olhos com delimitação não coincidente mostrou melhor proporção de espessuras MRW-cpRNFL. Novos estudos envolvendo número maior de pacientes podem confirmar as vantagens de editar a demarcação da BMO em olhos nos quais a delimitação clínica da CNO não for coincidente com os limites determinados pela BMO.

Área

Glaucoma

Autores

VALERIA BATISTA BORECK SEKI, MARCELO JORDAO LOPES DA SILVA, GEORGE CUNHA CARDOSO, ZANE ZENON ZEMBORAIN, JAYTER SILVA DE PAULA