Jornada Paulista de Oftalmologia (UNICAMP)

Dados do Trabalho


Título

ECTROPIO DA PALPEBRA INFERIOR: ANALISE OBJETIVA DE PARAMETROS ANATOMO-FUNCIONAIS E SATISFAÇAO DO PACIENTE ANTES E APOS A CORREÇAO CIRURGICA

Resumo

Introdução: O ectrópio palpebral consiste na eversão da margem palpebral , sendo relacionada a diversas causas. O ectrópio adquirido é aquele causado ao longo da vida por processo involucional, efeito mecânico de tumores, cicatrizes ou secundários a paralisias faciais. Esta condição leva à exposição da conjuntiva tarsal e má oclusão palpebral causando sintomas como fotofobia, prurido, sensação de corpo estranho, associadas a alterações estruturais como queratinização, blefarite crônica, conjuntivite crônica e conjuntivalização da margem palpebral. O tratamento cirúrgico está indicado para restabelecimento da posição palpebral e proteção que a pálpebra oferece ao olho.
Objetivos: Avaliar a sintomatologia, o grau, o posicionamento palpebral e a satisfação do paciente nos diferentes tipos de ectrópio palpebral adquirido, antes e após a correção cirúrgica. Comparar a correção cirúrgica do ectrópio cicatricial entre duas diferentes técnicas cirúrgicas. Métodos: Estudo prospectivo, com intervenção e randomizado, avaliando portadores de ectrópio adquirido da pálpebra inferior atendidos no serviço de Plástica Ocular do HC-FMB – Botucatu/SP, no período entre setembro de 2022 a setembro de 2023. A randomização foi feita alocando-se portadores de ectrópio cicatricial para dois grupos: cirurgia de tarsal strip associado a enxerto de pele (G1) ou tarsal strip associado a elevação do terço médio da face (G2). Foram obtidos dados sociodemográficos, sobre a sintomatologia ocular usando o escore OSDI e os ectrópios foram classificados de acordo com a Ectropium Grading Scale (EGS). A avaliação da posição palpebral foi feita utilizando imagens fotográficas digitais padronizadas, obtidas no pré-operatório e serão obtidas no pós-operatório de 180 dias após a cirurgia, transferidas para computador pessoal para análise por avaliador cego, usando o programa Image J (NIH, EUA). O sucesso no tratamento será considerado quando houver bom posicionamento palpebral dos achados oftalmológicos, assim como melhora dos sintomas pré-existentes.
Resultados. Trinta indivíduos (43 pálpebras) foram admitidos até o presente momento, dos quais 83,3% do sexo masculino, com média de idade de 74,3 anos, e a maioria (90%) declararam-se de cor branca. A exérese prévia de tumor de pele havia sido feita em 23,3%. O ectrópio foi classificado como grau 4 em 60,4%, forma cicatricial em 65,1%, involucional em 23,2%, mecânico em 7% e paralítico em 4,6%. A média de pontuação pelo escore OSDI foi de 35,9 pontos. Dentre os 28 ectrópios cicatriciais, 24 foram randomizados, sendo 13 alocados no G1 e 9, no G2. O trabalho segue em andamento.

Área

Plástica Ocular

Autores

ALISSON LIMA ANDRADE, ROBERTA LILIAN FERNANDES DE SOUSA MENEGHIM, SILVANA ARTIOLI SCHELLINI