Jornada Paulista de Oftalmologia (UNICAMP)

Dados do Trabalho


Título

OSTEOMA DE COROIDE EM HOMEM IDOSO : RELATO DE CASO

Resumo

INTRODUÇÃO
O osteoma de coróide corresponde a um tumor benigno de crescimento lento. Geralmente é unilateral e mais comum em mulheres jovens. Apresenta-se como uma lesão branco-amarelada pouco elevada em pólo posterior com bordos elevados. Pode apresentar repercussões visuais quando atinge a região macular, se ocorrer a descolamento seroso da retina ou neovascularização da coroide. Este trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico de osteoma de coróide sem repercussões clínicas ou visuais em um homem idoso.

RESULTADO:
Masculino, branco, 77 anos, sem queixas. Ao exame apresentava acuidade visual corrigida de olho direito (OD) 20/25 e olho esquerdo (OE) 20/20. A biomicroscopia e tonometria sem alterações. Fundoscopia de OD mostrou tumoração retiniana amarelo-alaranjada superior à mácula.
Foi solicitado ressonância de órbitas que apresentou espessamento focal em região póstero-lateral da órbita à direita, envolvendo coróide e esclera, com realce após contraste e espessura de 3,0 mm e extensão de aproximadamente 8,3 mm.
Na avaliação multimodal de OD, a retinografia colorida mostrou tumoração superior a mácula (fig. 1) A Tomografia de Coerência Óptica (OCT) demonstrou material hiporreflectivo em região de coróide sem sinais de descolamento seroso de retina (Fig. 2). A ultrassonografia (US) ocular evidenciou lesão hiperecóica associada a sombra acústica posterior compatível com o conteúdo de osteoma em sítio de coróide (Fig. 3). A angiofluoresceinografia (AFG) mostrou hipofluorescência por bloqueio na topografia da lesão desde as fases iniciais (Fig 4). A avaliação multimodal de OE não apresentou alterações (fig 5)
US ocular prévios de OD, realizados em 2015 e 2018 respectivamente, que já constatavam a presença da lesão de placa óssea de espessura e extensão próximas ao achado atual, constatando o aspecto de crescimento lento e caráter benigno da lesão.
Devido ausência de sintomas e complicações, foi optado por conduta expectante e avaliações periódicas.

DISCUSSÃO
O osteoma de coróide é uma lesão de crescimento lento e de caráter benigno. A incidência da lesão em homens é minoritária, ocorrendo apenas 10% dos casos, e em sua maioria unilateral. Nesses casos, deve-se descartar tumores malignos, como tumor de coróide metastático e melanoma amelanocítico de coróide.
Geralmente apresentam-se em localização peripapilar ou macular, com manifestações clínicas como baixa acuidade visual variável, metamorfopsias e defeitos de campo visual. Além disso, o osteoma pode complicar com neovascularização de coroide e descolamento seroso de retina.
A US ocular apresenta-se tipicamente com tumoração hiperecogênica e silêncio acústico posterior. Na AFG é característico a hipofluorêscencia por bloqueio. A OCT é utilizada principalmente para definir a topografia da lesão e diagnóstico das complicações.
De modo geral, conduta é expectante, com USG periódicas para verificar crescimento, assim como no paciente descrito, que mantém boa acuidade visual e sem complicações até o momento.

CONCLUSÃO
O osteoma de coróide é uma lesão de caráter benigno e evolução lenta. O acompanhamento oftalmológico regular é indicado, pois o tumor pode evoluir com neovascularização de coroide e descolamento seroso de retina, sendo necessário o tratamento em tempo hábil.

Área

Retina

Autores

RAFAELA DE ANDRADE SILVA MIRANDA, ISABELLA CRISTINA BORGES PIO, CHRISTINE LANSSONI ZUCATTI, MURILO LABRE TAVARES, PAULA CHAVES BARBOSA, ÉMILLY PRISCILA SOUZA ROBÉLIO, GILSON SANTANA MENEZES JÚNIOR, THIAGO HENRIQUE CESTARI SOUZA, ANDRÉ ARAÚJO PINHEIRO, DAISY BRITO MONTEIRO CARVALHO